Archive for the Suicidio Category

Abismo

Posted in Suicidio on 21/03/2011 by Bruno, o Vento

Vejo o chão se aproximando, cada vez mais rapido, cada vez mais perto, mais perto. Penso no que me fez chegar a essa situação e noto que era inevitavel, da forma como tudo andava… e o chão se aproxima… minha vida era completamente impraticavel, imposssivel… consigo ver os contornos do solo…um emprego mediocre… mais perto… uma esposa maçante…  mais perto… filhos despreziveis… cada vez mais perto… amigos falsos… vejo pedras e cascalhos… um cunhado parasita… vejo um pequeno animal correndo… tudoera ridiculo, tedioso, em alguns  casos até nojento… bom…. não importa mais…. pois acabou…. fim.

Lâmina

Posted in Suicidio on 06/10/2010 by Bruno, o Vento

O corte feito pela lâmina foi profundo, fazendo com que o sangue brotasse vigorosamente. A mão começou a ficar esbranquiçada e fria, precisava apressar-se. Segurou a gilete com a outra mão, levou-a ao pulso direito, a lâmina era gelada sobre a pele excesivamente quente. Começava a sentir vertigens. Forçou a lâmina de um lado ao outro, sem pressa, não tinha pressa, queria eficiência. Chegou ao fim do pulso. As vertigens estavam cada vez mais fortes e mais frequentes. O sangue deixaria manchas dificeis de tirar do tapete. Também, de quem foi a ideia de colocar um tapete branco ali? Não fazia diferença. As vertigens tornavam-se insuportáveis, sua visão estava turva, quase não conseguia mais ver a sala. Os braços estavam gelados. O coração, que antes batia desesperadoramente, agora, dera uma reduzida drástica em sua frequência. Sabia que não adiantava mais resistir. O frio tomou conta das pernas e do peito. Não conseguia mais respirar direito. Tudo ficou escuro. A visão não mais voltou

45

Posted in Suicidio on 05/10/2010 by Bruno, o Vento

Enfiou o cano da 45 na boca, era gelado, com um gosto horrivel de metal. Puxou o gatilho. O cheiro de pólvora invadiu sua garganta, tossiria, caso fosse possivel. Sentiu o fundo da garganta queimando. Ouviu o som de algo estralando: osso partindo. Sentiu a dor de cabeça mais excruciante que jamais sentira. Seus pensamentos começaram a ficar embaralhados, não conseguia pensar em nada. Algo viscoso com gosto de ferrugem começou a descer por sua garganta e se sentiu sufocar; essa sensação não durou muito tempo. Nenhuma sensação durou mais tempo algum. Só o que restou foi uma grande mancha vermelha-amarronzada na parede antes branca, o cheiro pungente de sulfeto e de salitre, e um corpo jovem, coroado por uma massa disforme, que ja havia possuído um belo rosto, agora irreconhecivel, com o trágico esgar da Morte.