Lâmina

O corte feito pela lâmina foi profundo, fazendo com que o sangue brotasse vigorosamente. A mão começou a ficar esbranquiçada e fria, precisava apressar-se. Segurou a gilete com a outra mão, levou-a ao pulso direito, a lâmina era gelada sobre a pele excesivamente quente. Começava a sentir vertigens. Forçou a lâmina de um lado ao outro, sem pressa, não tinha pressa, queria eficiência. Chegou ao fim do pulso. As vertigens estavam cada vez mais fortes e mais frequentes. O sangue deixaria manchas dificeis de tirar do tapete. Também, de quem foi a ideia de colocar um tapete branco ali? Não fazia diferença. As vertigens tornavam-se insuportáveis, sua visão estava turva, quase não conseguia mais ver a sala. Os braços estavam gelados. O coração, que antes batia desesperadoramente, agora, dera uma reduzida drástica em sua frequência. Sabia que não adiantava mais resistir. O frio tomou conta das pernas e do peito. Não conseguia mais respirar direito. Tudo ficou escuro. A visão não mais voltou

2 Respostas to “Lâmina”

  1. Vc que escreveu esse texto Bruno?

  2. Bruno, o Vento Says:

    Eu escrevo todos os textos desse blog, os que não são meus, tem o nome do autor em itálico no canto inferior direito do texto

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